Monday, December 05, 2005

Bandido ou Herói? Ou os dois?


Seu nome verdadeiro era José Doroteo Arango Arámbula. Mais tarde ficou conhecido como Francisco Villa, mais especificamente como Pancho Villa. Sua participação na Revolução Mexicana foi essencial, uma vez que ele liderou um bom contingente de camponeses que tomaram parte na Revolução.

Pancho Villa nasceu em San Juan del Rio, na cidade de Durango, no ano de 1878. Antes de representar uma figura revolucionária, Pancho Villa trabalhou como camponês na fazenda de seu pai. Por motivos cujas razões são controversas, Villa desistiu de sua vida de camponês para se tornar-se um fora da lei em Durango e mais tarde mudou-se para Chihuahua, onde manteve a mesma reputação. Foi preso diversas vezes por crimes como bandidagem e por ter roubado cavalos, mas não permanecia muito tempo na prisão, pois tinha a vantagem de ter conhecidos influentes, como a poderosa família Terraza, que garantiam que ele fosse liberado. Ao ter contato com Abraham Gonçalvez, o então representante político de Francisco Madero, Villa passou a apresentar uma perspectiva diferente acerca da política e reconsiderou sua própria vida e a relação que mantinha com aqueles que se mantinham no poder. Desse momento em diante, Villa considerou-se um revolucionário que lutava em nome do povo.

Em 1910, participou da deposição do ditador Porfirio Diaz. Para tal, recebeu apoio dos EUA e lutou contra o exército de Diaz a favor de Francisco Madero. Em 1913, Madero foi assassinado e o Gal. Victoriano Huerta tomou o poder. Ao fazê-lo, condenou Pancho Villa à morte. Villa conseguiu fugir para a fronteira dos EUA, onde permaneceu até quando fosse seguro para voltar. Assim, em 1914 derrotou o exército de Huerta, tomando a cidade do México com Emiliano Zapata. Em 1915, durante o mais sangrento período da Revolução Mexicana, Villa lutou contra o regime de Venustiano Carranza e Alvaro Obregon. Dessa vez, ele foi derrotado porque seus dotes de cavalaria não foram suficientes para vencer as armas modernas de Obregon. Assim, ao derrotá-lo, Carranza tomou o poder.

O governo dos EUA reconheceu oficialmente o governo de Carranza. Por essa razão, em 09 de março de 1916, Villa liderou 1.500 mexicanos num ataque à cidade de Columbus, no Novo México. Eles realizaram o ataque à cavalaria norte-americana, roubaram 100 cavalos e mulas e queimaram a cidade, matando 17 pessoas. Isso foi suficiente provocação para o governo norte-americano, que enviou 1.200 tropas no dia 15 de março para caçar Villa no México. Essa ação militar, ordenada pelo Presidente Woodrow Wilson, que ficou conhecida como Expedição de Pancho Villa, foi a primeira ação militar norte-americana que contou inclusive com a Força Aérea. Ao mesmo tempo, Villa estava sendo procurado pelo exército de Carranza. A missão enviada pelos EUA foi um fracasso, devido ao fato de que Villa havia conseguido despistar temporariamente todos que estavam à sua procura.

No ano de 1920, Pancho Villa cessou seus feitos revolucionários, passando a dedicar-se à agricultura. Três anos depois foi assassinado em sua fazenda. Acredita-se que esse ato tenha sido uma conspiração de governo, que utilizou-se de meios extra-oficiais para se desfazer da “ameaça” que Villa representava. Independente da opinião acerca desse personagem controverso, seja ele um herói amado pelo povo mexicano, ou, por outro lado, odiado por muitos, a contribuição de Pancho Villa para a Revolução Mexicana foi extremamente crucial.


Por Marcia Pulcherio e Verônica Azzi

1 Comments:

Blogger Manoela said...

Como deu para perceber, o post é de Verônica e de Marcia, postei apenas porque nenhuma das duas estava logada no Blogger.

Prosseguindo no comentário, agora.

Bastante informativo o texto.

Pergunto-me se não é essa a função de todo revolucionário, digo, ser odiado por alguns, amado pelos outros. Acho importante que esta dualidade seja encarada de forma qualitativa, e não com pesar. Há poucas coisas tão insuportáveis na vida quanto a unanimidade.

4:53 AM  

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