Tuesday, November 15, 2005

Foi bonita a festa, pá

Angola, Cabo Verde, Guiné e Moçambique, estes países foram destino de milhares de jovens portugueses, os quais eram obrigados pelo governo a participar do exército e tinham como função manter dominadas as colônias africanas.

Com o passar dos anos e o aumento no número de mortes nos conflitos, parte do exército passa a discordar de suas atividades e durante a noite do dia 24 e abril de 1974 é formado o Movimento das Forças Armadas, liderado pelo capitão Salgueiro Maia. A madrugada é usada para o envio de alguns soldados portando armas antigas em tanques também não muito novos para Lisboa tendo como objetivo derrubar a ditadura Salazarista, então comandada pelo Primeiro Ministro Marcello Caetano, que a mais de quatro décadas assombrava o povo português.

Em Lisboa, o grupo de soldados encontra o apoio da maioria do exército e da população local, que além do fim do envio de tropas à África vai às ruas pedir a volta da democracia, trazendo junto com ela a liberdade de expressão, sexual e dos presos políticos. A felicidade popular pode ser facilmente observada no filme "Capitães de Abril", que mostra o desejo de todos em poder se aproximar dos militares entregando-lhes cravos, estes eram colocados na boca das armas, simbolizando o caráter pacífico da revolução que teve apenas 4 mortos.

O dia 25 de Abril com certeza é um dos maiores marcos da história portuguesa, porém o filme seria mais interessante, se além deste dia mostrasse um pouco da transformação estrutural do país nos meses que se seguiram, com a instauração de um governo de esquerda.

A insatisfação com do governo estava longe de ser uma característica exclusiva do povo português. No Brasil, o presidente e general Ernesto Geisel dava continuidade à ditadura militar, e certamente não receberia cravos ao passear pelas ruas. A música "Tanto Mar" de Chico Buarque, mostra que aqui ainda estávamos longe de uma revolução mas ainda havia o desejo de que mesmo com a repressão do Estado, a Revolução dos Cravos enviasse um pouco de esperança e motivação à população brasileira.

3 Comments:

Blogger Pedro Henrique Verano said...

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12:59 PM  
Blogger Pedro Henrique Verano said...

Em questão de conteúdo, eu post esta muito bom e consegue mostrar um movimento que não só teve uma grande repercussão na história não só de Portugal mas sim na mundial devido seu caráter pacífico.

No entanto, gostaria de sugerir que na próxima vez que tente modificar um pouco a ordem de algumas frases para deixar mais claro ao leitor alguns pontos que você comenta que as vezes são passíveis a mais de um entendimento, alem de poder desenvolver mais algumas coisas que nem sempre as pessoas estão familiarizadas com, pois não necessariamnete tem conhecimento.

=]]

1:03 PM  
Blogger Manoela said...

Leila,

Não vi nada de pouco claro no seu post; está bastante discernível.

Gostei do tema. A Revolução de Abril é um mais um daqueles pontos pouco comentados que me fascinam. Acho que você lembra da obsessão dos nossos professores do pH (especialmente Rogério) por enxergar na história portuguesa um sentimento saudosista, sebastianista. Não terá acontecido o mesmo em 1974? Não seria este movimento a expressão da esperança portuguesa (mais uma vez!) de se chegar a um governo mais respeitado internacionalmente e - quem sabe? - capaz de reerguer o país a um papel de destaque?

Neste sentido, acho que a esperança até teve frutos. É claro que Portugal não se tornou uma potência, mas, pelo menos nos anos 1980, foi incluído no movimento integracionista europeu e, dali em diante, teve mais coisas a comemorar do que a lamentar. É, de certa forma, mais do que eles vinham obtendo com a ditadura salazarista, não?

Mudando de assunto, adorei a referência à música do Chico Buarque e ao contexto brasileiro. De fato, mais uma vez vemos a sutileza da arte para sintetizar um sentimento. Muito bom, mesmo.

11:46 AM  

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